sexta-feira, 12 de julho de 2013

PONCÃ



Puxa, algumas pessoas estão me perguntando se eu desistí do meu blog ..desse meu cantinho de pensamentos  e emoções sobre os aromas e os óleos essenciais....
Não, eu não desistí...apenas me recolhí  por uns dias, falando  com o meu coração e costurando alguns pedacinhos que estavam se soltando! Muitas coisas aconteceram nestes últimos 30 dias, que me fizeram parar para rever  estes últimos 3 anos .... Novos amigos, novas experiências, novos estudos,  terapias, emoções, sentimentos....como sou grata por essa nova vida!
Peço desculpas àqueles que me acompanham, por esse silêncio. Mas acho que ele faz parte da nossa vida em determinados momentos e é necessário. Qualquer dia desses, escrevo um texto muito legal sobre o silêncio, que lí num livro da Celina Fioravante.

Hoje vou falar um pouco da poncã – ou tangerina, mexerica, como muita gente conhece. Na realidade, não sou eu que vou falar não...eu vou transcrever um texto do Dr. José Maria Campos, um ser humano especial, assim como tantos outros escritores que tenho tido a oportunidade de ler nestes últimos meses. Pessoas , estudiosos, que conseguem sentir, se unir às plantas e flores, e escrevem verdadeiras obras primas sobre tantos presentes que diariamente recebemos. Essas pessoas são presentes também que são colocados em nossos caminhos, para nos mostrar, o quão importantes somos e o quanto temos que aprender , viver e vivenciar.
É um artigo longo, mas garanto que vale a pena.....
Esse trecho a seguir, é do livro Jornadas pelo mundo da cura e começa assim:

“ Durante algum tempo trabalhei  intensamente com destilação de óleos essenciais, pois percebia neles significativo potencial de cura. Pesquisei diversas plantas aromáticas da região onde morava, como eucalipto, capim-cidreira, cipreste, lípia, pinho, hortelã-crespa, entre outras. Em determinado momento, concentrei-me na essência de rosmarinho, que estávamos usando no tratamento de arritmias cardíacas, com resultados muito positivos.
Certa manhã, havia programado trabalhar com rosmarinho, mas ao entrar no laboratório encontrei em seu lugar cascas de tangerina poncã, que na época estava em plena e abundante safra. Reconhecendo nisso um sinal, mudei meus planos e comecei com elas a destilação.
Logo de início o ambiente impregnou-se do aroma forte e penetrante do óleo essencial daquelas cascas. Ele se evaporava facilmente, demonstrando grande capacidade de volatilização e de expansão, o que ficou mais evidente quando apliquei uma gota na pele: difundiu-se de imediato, dissipando-se por completo em segundos.
Ao terminar a destilação, recolhí no silêncio interior as impressões que aquele trabalho me proporcionara e dei prosseguimento às outras tarefas que me aguardavam.....Pouco mais tarde, encontrei uma conhecida que havia 15 anos sofria de enxaquecas intensas, contínuas e rebeldes às terapias experimentadas até então.....O início desse processo fora marcado por uma cirurgia de emergência que tivera de submeter-se. Entrara em estado de choque, desencadeado por uma hemorragia interna aguda e o ambiente cirúrgico foi tenso e dramático. Estando ainda sob a ação da anestesia geral, um grande concentrado de forças conflituosas e densas acumulado em sua vida até então, somado às forças geradas pelo grupo médico e paramédico que a atendia, foi atraído para dentro do seu corpo, projetando-se diretamente na rede vascular cerebral e ali ancorando de forma tenaz. Isso gerou suas crises de enxaqueca contínuas.
Uma imagem simples pode ajudar-nos a compreender esse fato sutil. Em uma massa de cimento ainda mole podemos introduzir um objeto qualquer e voltar a retirá-lo sem dificuldades. Porém, quando a massa endurece, o objeto que nela se encontrar  fica preso. Nas crises de enxaqueca, o excesso de tensão psíquica faz pressão sobre a contraparte físico-etérica da rede vascular de áreas específicas do cérebro, promovendo vasoconstrição acentuada. Após um período de sono reparador , por exemplo, essa sobrecarga psíquica se desfaz, liberando o indivíduo da dor. Isso é como retirar o objeto da massa de cimento ainda mole.  Condição análoga pode ser observada quando alguém se encontra sob anestesia geral. A consciência está ausente, tornando-se o corpo, então, exposto a toda sorte de influências psíquicas, positivas ou negativas.
Naquele ser, seus próprios núcleos psíquicos de conflito somaram-se aos que se criaram no ambiente cirúrgico. Esses concentrados energéticos fixaram-se na estrutura físico-etérica de sua rede vascular cerebral, quando ele recobrou totalmente sua consciência, como acontece com uma massa de cimento endurecida. A partir de então sua enxaqueca tornou-se praticamente ininterrupta.
Toda essa situação porém, foi armada pelo ser interno dessa pessoa: essa foi a única forma de impedir que continuasse trilhando caminhos que já não lhe correspondiam. Passou por longa e penosa aprendizagem pela dor, até dar os passos internos que lhe permitissem avançar sem desvios e sem retrocessos.
Um fato interessante foi percebido por ela, após a experiência daquela cirurgia. Desde jovem fora atraída pelo lado transcendental da existência, mas até aquele momento, tinha-se dedicado de maneira um tanto superficial e inconstante a esse assunto. A partir de então, o anseio pela vida espiritual tornou-se fundamental, levando-a após muita procura, a encontrar seu atual grupo de serviço.......
Veio-me à consciência uma experiência feita havia quase 2 anos e da qual tinha me esquecido. Coletara cascas de tangerina para extrair delas o óleo essencial. Após secá-las e transformá-las em pó, acondicionei-as em um vidro de boca larga e tampa plástica. Passaram-se meses e, ao tomar novamente o pó para trabalha-lho, percebi pequenas massas negras sobre ele, como se fossem colônias de fungos, destacando-se do seu alaranjado vivo. Examinando-as de perto, logo desvendou-se o mistério. Durante o tempo em que o pó permaneceu no frasco fechado, seus óleos essenciais foram-se desprendendo e passaram a interagir com a tampa plástica. Esta, de cor preta, dissolveu-se e gotejou.
Percebí então, intuitivamente, que os óleos essenciais das cascas de poncã poderiam colaborar na dissolução da tendência à enxaqueca. Aplicados na região da nuca, em compressas, sua propensão expansiva e volátil os levaria às partes do cérebro onde os concentrados psíquicos se haviam enquistado. Estes seriam assim, dissolvidos por meio da capacidade corrosiva desses óleos.
Por dois meses consecutivos, essa pessoa submeteu-se a um tratamento intensivo: compressas com óleo de poncã lhe eram aplicadas todas as noites na região da nuca, onde permaneciam até a manhã seguinte: após o almoço, elas eram aplicadas na testa e ali ficavam por  pelo menos uma hora. Como esse óleo atua na dissolução de aglomerados psíquicos densos arraigados na área da cabeça, essa pessoa fez também pedilúvios com sal amargo, todos os dias ao acordar, para facilitar a drenagem e eliminação das toxinas desalojadas durante a noite.....
A resposta ao tratamento foi imediata, com pronta diminuição da intensidade das dores e espaçamento progressivo entre elas, chegando a intervalos de até uma semana. Quando apareciam, um simples analgésico era agora capaz de eliminá-las.
Grande transformação foi-se operando no íntimo dessa pessoa. Sonhos e percepções vinham-lhe à consciência ao longo do tratamento, sinalizando o que deveria ser transcendido e os novos passos a serem dados. Participava também de estudos em grupo sobre temas espirituais, que lhe davam a luz necessária para o prosseguimento de sua jornada. Sua fisionomia foi-se descongestionando, tornando-se mais radiante, e todo o seu ser passou a vibrar de forma mais pura. Com o tempo, ficou totalmente livre da dor, apesar das grandes provas que ainda teve de enfrentar na vida”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário